Colômbia militariza fronteira com Brasil e Peru por causa da covid-19
Objetivo é evitar aumento de casos da doença na região
O presidente da Colômbia, Iván Duque, decidiu
reforçar a presença militar nas fronteiras para evitar um aumento no contágio
pelo novo coronavírus na região. O estado colombiano do Amazonas, fronteiriço
com Peru e Brasil, é o mais atingido pela doença no país. A principal
preocupação é a contaminação por populações flutuantes, aquelas que transitam
de um país para o outro em zonas de fronteira.
A Colômbia tem, até o momento, mais de 12 mil
casos confirmados de contaminação pela Covid -19 e 493 mortes. O Brasil
registra mais de 178 mil casos e 12.461 mortes, e o Peru, mais de 72 mil casos
e 2.057 mortes.
Na Colômbia, a população está em isolamento
desde 24 de março, duas semanas após a detecção do primeiro caso de covid- 9 no
país. O estado do Amazonas, com maioria de população pobre e indígena, tem a
maior taxa de infecção per capita
na Colômbia, com 94 pessoas contaminadas para cada 10.000 habitantes.
Duque afirmou que, além do reforço militar nas
fronteiras, é preciso endurecer as medidas de isolamento preventivo obrigatório
e a exigência de medidas como uso de máscaras e distanciamento social pela
população que vive na fronteira.
"Foi tomada a decisão de militarizar com mais presença todos os pontos de fronteira e exercer o devido controle, para evitar que cheguem casos de populações flutuantes", disse Duque.
"Foi tomada a decisão de militarizar com mais presença todos os pontos de fronteira e exercer o devido controle, para evitar que cheguem casos de populações flutuantes", disse Duque.
Sistema prisional
O estado colombiano do Amazonas, cuja capital
é Leticia, enfrenta ainda outro problema: mais da metade dos reclusos no
presídio da cidade foi infectada. São pelo menos 90 casos confirmados entre os
181 privados de liberdade. A prisão, superlotada, tem capacidade para 118
pessoas.
Em Leticia, onde vivem mais de 76 mil pessoas, há apenas um hospital público, sem unidades de terapia intensiva.
Em Leticia, onde vivem mais de 76 mil pessoas, há apenas um hospital público, sem unidades de terapia intensiva.
Após reunião com o governador do estado do
Amazonas, Jesús Galdino, e com o prefeito de Leticia, Jorge Luís Mendoza, Duque
reconheceu que o presídio se tornou um foco de contágio e afirmou que foram
determinadas "medidas especiais de contenção diante da situação prisional.
Estamos trabalhando com todas as recomendações epidemiológicas para reduzir as
consequências da pandemia".
O presidente disse ainda que a capacidade
hospitalar do Amazonas será ampliada com o aproveitamento da infraestrutura
hoteleira da região, além de recursos do Ministério da Saúde colombiano. Ontem
(12), um avião Hércules C-130 da Força Aérea foi enviado para a região com 17
profissionais de saúde, entre médicos, bacteriologistas e enfermeiros, e agentes
da Defesa Civil para fortalecer o atendimento na região.
O governo informou ainda que foram enviados
testes e máquinas de detecção de covid-19, além de drones de nebulização
térmica para fazer a desinfecção de locais.
O ministro da Saúde, Fernando Ruiz, informou
que 55 mil máscaras serão distribuídas para a população do Amazonas e anunciou
que destinará 14 bilhões de pesos colombianos (cerca de R$ 21 milhões) para o
hospital de Leticia. Os recursos serão liberados nas primeiras semanas de
junho.
Além disso, serão distribuídas 4 mil cestas
básicas para as famílias do estado.
Brasil
No dia 19 de março, o governo brasileiro
publicou uma portaria restringindo a entrada de estrangeiros pelas fronteiras
com países sul-americanos, para evitar a contaminação e a disseminação do novo
coronavírus. A restrição incluía o Suriname, a Guiana Francesa, a Guiana, a
Colômbia, a Bolívia, o Peru, o Paraguai e a Argentina. A medida foi recomendada
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em nota técnica elaborada
pela equipe do órgão.
No último domingo (10), o Ministério da Defesa
brasileiro emitiu nota detalhando as atividades da Operação Covid-19, ativada
desde 20 de março para o planejamento do emprego das Forças Armadas no combate
à pandemia causada pelo novo coronavírus.
"No sábado [9], uma aeronave C-105 da
Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Manaus com destino ao município de São
Gabriel da Cachoeira, a mais de 800 quilômetros da capital amazonense,
transportando 20 cilindros de oxigênio para apoiar o tratamento dos pacientes
da localidade. Neste domingo [10], mais 50 cilindros chegaram ao município,
situado no extremo norte do país, próximo à fronteira do Brasil com a Colômbia
e a Venezuela", informa o texto.
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Divulgação





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